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A culpa não é das estrelas

27 de julho de 2015

Definitivamente não é das estrelas. Mas de quem é?

Difícil dizer, o que sabemos é que com o nascimento do bebê despertamos,  além do instinto maternal,  uma outra coisinha chata chamada CULPA.

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Seja em estudos mais antigos ou nos mais recentes, a mãe é sempre reconhecida como alguém que desempenha função fundamental junto aos seus filhos. Mesmo com todo o movimento de liberação feminina, onde conquistamos nosso espaço, com mais atribuições inclusive,  não conseguimos nos desprender da culpa.

Muitos psicanalistas costumam dizer que a culpa é uma “herança intergeracional”, que surge da ideia de que nascemos para ser mães, com atribuições domésticas e nada mais e, quando assumimos outras funções, como trabalhar fora, por exemplo, reagimos com culpa por pensar que estamos deixando de cuidar dos filhos, ocupando o espaço pertencente a eles (e somente eles)… enfim, um besteirol só, mas que não deixa de ser verdade.

Eu mesma a todo momento comparo a criação que eu tive com a que estou dando aos meus filhos. Minha mãe se dedicou ao lar e eu sempre me senti de alguma forma mais acolhida, uma privilegiada por ter minha mãezinha ali, à disposição. Penso o quanto meus filhos não desejariam ter sua mãe com eles o tempo todo. Mas analisando o lado da minha mãe, sinto que hoje que os filhos cresceram e já estão com suas vidas feitas, ela talvez deva se questionar sobre as escolhas que fez. E não porque o resultado deste empenho tenha sido ruim, muito pelo contrário, as quatro filhas estão muito bem criadas com suas vidas bem conduzidas. Mas que talvez ela desejasse ter estudado mais, trabalhado fora e hoje ter uma vida diferente.

E quando penso nisso, me sinto um pouco aliviada na escolha que fiz, faço e vou fazer. Porque antes de ser mãe, sou uma mulher cheia de sonhos e vontades. E estas realizações nem sempre inclui meus filhos como, por exemplo, estudar, trabalhar fora. É difícil admitir isso pra si e pior ainda, para os outros. Para algumas mães isso é quase uma “blasfêmia”.  Mas mesmo tendo consciência que gosto e preciso fazer outras coisas que não envolvem os filhos, a culpa se faz presente em vários momentos, boa parte deles de maneira momentânea, mas sempre aparece aquele questionamento intrigante.

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Imagem extraída do site www.depoisqueeudescobri.com.br

Outra origem da culpa vem da fantasia onipotente de fazer tudo com exatidão e que na minha opinião, com a crescente das redes sociais isso só se agravou.

Eu não sei de vocês, mas a sensação que eu tenho as vezes é que estou cercada de gente perfeita e tomada de razão. A internet virou um tribunal com mais juízes do que jurados. Ideias e opiniões são condenadas sem direito a defesa. E no mundo materno isso não é diferente. É tanta perfeição que não se encaixa na nossa vida prática que é inevitável as comparações e consequentemente “as culpas” por estar fazendo algo não compatível ou totalmente diferente do que vemos na internet.

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Imagem extraída do site cantinhodemae.blogspot.com

 

O resumo da ópera é que CULPA faz parte e o que a gente precisa é saber lidar com ela. Precisamos usar a nosso favor, como um instrumento de aperfeiçoamento e crescimento pessoal. E errar faz tão parte como acertar. Além disso, o que pode parecer ruim para os outros não é pra gente. O importante é que precisamos aprender com os erros, tentando ser melhor mas não melhor que os outros e sim que a gente mesmo.

Temos a obrigação de sermos razoáveis com nós mesmas.

Abaixo 10 dicas fáceis para a maternidade (quase) sem culpa extraídas do livro “EU ERA UMA ÓTIMA MÃE até ter filhos – Autora: Trisha Ashoworth e Amy Nobile – Editora Sextante

1- Dê uma olhada em suas prioridades. Pergunte-se se precisa mesmo fazer tudo o que faz. Não dá pra querer que seu marido, seus amigos, seus filhos e você fiquem felizes o tempo todo. É simplesmente impossível.

2- Concentre-se nas coisas importantes (por exemplo, será que esta dando carinho suficiente ao seu filho?) e abra mão de pequenas coisas que podem fazer você pirar (será que comprei a boneca certa pra ela?)

3- Faça a si mesma as seguintes perguntas:
Minha culpa tem fundamento?
Será que eu ou meu filho vamos nos importar com essa questão daqui um ano?
Que lugar esse assunto ocupa na estrutura geral de valores da nossa família?

4- Comece a identificar seus limites pessoais. Seu pavio fica mais curtos se você não tiver almoçado? Você perde a paciência quando não dorme bem?

5- Defina-se com base em seu melhor momento, e não no pior. Lembre-se de algo que fez bem no dia e concentre-se nisso.

6- Descubra se sua culpa é relevante. Uma mãe teve a seguinte ideia: toda vez que se sentir culpada por algo que tenha feito, substitua a palavra culpa por arrependimento. Por exemplo: “Estou com um sentimento de culpa por ter ido à musculação.Você se arrepende de ter ido se exercitar? Se a resposta for negativa, sua culpa é infundada.

7- Se a culpa for justificada, faça o que for necessário para consertar as coisa se siga em frente. Não há benefício nenhum em ficar remoendo o assunto.

8- Não se deixe levar quando alguém tentar fazer com que você se sinta culpada. Por exemplo, um amigo pode perguntar: “Seus filhos realmente aguentam passar tanto tempo assim na creche?” Reconheça essas atitudes como o que elas são de verdade: Tentativas de manipulação.

9- Mantenha os limites que tiver estabelecido. Sempre. Se sua regra é permitir que crianças vejam 30 minutos de TV por dia, não se sinta culpada em dizer-lhes não quando pedirem mais. Aprenda a aceitar o fato de que você será responsável por muitas lágrimas dos seus filhos.

10- Conscientize-se de que não há problema em ter prazer sem sentir culpa.

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