Educação & Comportamento

41% CONSIDERAM UM PROBLEMA EXPLICAR PARA UMA CRIANÇA A HOMOSSEXUALIDADE

14 de junho de 2017

41% dos entrevistados disseram achar um problema ter que explicar para uma criança o amor entre duas pessoas do mesmo sexo. Esse número cai para 20% quando o foco da pergunta é o amor entre casais de idades muito diferentes, e chega a 6% para casais inter-raciais.

Vick Vaporub, principal medicamento da marca Vick, encomendou uma pesquisa ao instituto de pesquisa MindMiners, empresa especializada em big data, para entender melhor como a sociedade brasileira se relaciona com os diferentes tipos de casais.

O estudo trouxe depoimentos e informações que ilustram como ainda há um caminho a ser percorrido pela sociedade brasileira para que seja possível ampliar o entendimento e a aceitação das diferenças.

Variando entre perguntas abertas e de múltipla escolha, foram mostradas imagens de casais homossexuais, inter-raciais, com grandes diferenças de idade e de biotipos com rostos próximos ou lábios encostados. As pessoas foram questionadas sobre o que sentiam ao ver essa demonstração de amor.

Os destaques da pesquisa você confere a seguir:

  • Quando expostos a uma imagem de um casal homossexual masculino, e podendo assinalar até três alternativas, sentimentos como respeito (49%), amor (32%) e felicidade (27%) foram os mais assinalados. Entretanto, 21% disseram ter tido um sentimento de estranheza, 8% disseram sentir vergonha e 7% sentiram nojo.
  • Quando expostos a uma imagem de um casal homossexual feminino, sentimentos como respeito (49%), amor (34%) e felicidade (27%) também foram os mais assinalados. Entretanto, o sentimento de estranheza caiu para 19%, de vergonha para 7% e de nojo para 5%.
  • Na imagem em que o homem é muito mais velho que a mulher, respeito (39%) e amor (33%) foram os principais sentimentos despertados. O principal sentimento negativo assinalado foi de “interesse financeiro”, com 27%, seguido de “estranheza” com 19%.
  • Quando a mulher é muito mais velha que o homem, o sentimento mais assinalado foi o de respeito, com 38%, seguido de indiferença, com 29%. Os principais sentimentos negativos foram o de “estranheza”, com 25%, seguido de interesse financeiro, com 24%.
  • Quando expostos a uma imagem de um casal inter-racial, e podendo assinalar até três alternativas, sentimentos como amor (58%), respeito (55%) e felicidade (53%) foram os mais assinalados. Os sentimentos negativos foram quase nulos. Preocupação e estranheza receberam 1% das respostas.
  • Na imagem do casal com biótipos diferentes, sendo o homem magro e a mulher gorda, respeito (54%), amor (52%) e felicidade (44%) foram os sentimentos mais presentes. O principal sentimento negativo assinalado foi o de estranheza (5%), seguido de interesse financeiro (2%), pena, preocupação e vergonha com 1%.
  • Quando expostos a uma imagem de um casal com diferença de altura, sendo a mulher mais alta que o homem, sentimentos como respeito (43%), amor (39%) e indiferença (33%) foram os mais assinalados. Os principais sentimentos negativos foram o de estranheza (17%), seguido de interesse financeiro (3%) e compaixão (2%).
  • Os casais homossexuais foram os únicos que despertaram expressivo sentimento de nojo em alguns entrevistados.
  • 59% das pessoas consideram natural a existência de todos os casais mostrados, enquanto 27% considera apenas parte deles naturais, mas dizem respeitar todos.
  • 7% consideraram estranho a existência de alguns casais e 6% disseram achar errado a existência de parte deles.
  • Dentre os heterossexuais, 50% disseram considerar natural a existência de todos os casais mostrados, enquanto que entre os homossexuais esse número sobe para 84%.
  • 41% dos entrevistados disseram achar um problema ter que explicar para uma criança o amor entre duas pessoas do mesmo sexo. Esse número cai para 20% quando o foco da pergunta é o amor entre casais de idades muito diferentes, e chega a 6% para casais inter-raciais.
  • Dentre os entrevistados homossexuais, 83% disse já ter sofrido algum tipo de discriminação na vida.
  • 61% dos entrevistados já presenciaram discriminação (insulto, violência moral ou física) por causa de preferência e orientação sexual. Quando questionados sobre a frequência desses atos, 41% disseram presenciar preconceito mais de uma vez por semana.
  • 66% consideram importante ou muito importante o apoio de marcas aos diferentes padrões de relacionamento e 24% disseram ser influenciados em sua decisão de compra por causa dessa representatividade.

A última pergunta da pesquisa pedia a opinião dos participantes relacionados ao tema e muitos deixaram alguns depoimentos em apoio à diversidade:

“Entendo que há diversas barreiras sociais a casais que fogem dos padrões de etnia, idade, tipo físico e orientação sexual, tanto em locais públicos quanto no trabalho e mesmo dentro das próprias famílias. Até pouco tempo não havia exposição de casais assim em peças de marketing, mídia etc., e acredito que ter casais de todos os tipos presentes em propagandas e mídias é importante para que a sociedade os aceite com cada vez mais naturalidade. Pessoas com preconceitos contra relacionamentos saudáveis entre pessoas adultas precisam compreender que é um raciocínio ultrapassado”.

“Todos os relacionamentos são válidos e devem ser respeitados e estimulados, desde que não prejudique nenhuma das partes envolvidas neles. Não considero relacionamentos homo afetivos naturais, mas não prejudico nem julgo a existência dos mesmos. Deve-se ensinar o respeito e a tolerância no lar e na educação acadêmica de todos os cidadãos e o fato de eu estranhar relacionamentos de homossexuais não significa que desejo ver tais pessoas sofrendo qualquer tipo de violência. “

“Respeito sempre, o mundo é diverso e as pessoas têm o direito de amar quem elas quiserem sem ter medo de demonstrar amor ao seu parceiro. Existem mais de 7 bilhões de pessoas no mundo, as pessoas são héteros, gays, brancos, negros, altos, baixos, gordos, magros, e de diferentes crenças e religiões, respeito sempre. “

“Olha, no início tudo pode parecer um pouco estranho, pois agora as pessoas simplesmente amam e não se importam com padrões. Eu sempre namorei caras mais altos e casei com um mais baixo que eu, e no início foi punk. Já ouvi até que devia acabar o namoro por isso. Eu deixei os padrões de lado para ser feliz, e sou muito!! Então, no início as pessoas estranham, mas se acostumam. Eu me sentiria querida e representada se uma marca lembrasse que é normal e possível mulher mais alta que o parceiro. Tudo é possível se tem amor. “

E outros deixaram depoimentos avessos à diversidade entre casais:

“Contanto que sejam de sexos opostos, de forma geral são aceitáveis. “

“Não tenho nada contra relacionamentos entre pessoas de raças diferentes nem de alturas diferentes. Sobre os relacionamentos entre pessoas do mesmo sexo, sou totalmente contra, embora eu respeite as pessoas com essas opções, porém não sou obrigado a concordar. “

“Ainda tenho um pouco de preconceito entre relacionamento do mesmo sexo, pois acho que foram criados homem e mulher para isso, já entre raças, alturas, etc, não tenho nada contra. “

“Acho completamente normal, exceto de casais mais velhos. Afinal, nunca vemos uma garota ou cara mais novos se relacionarem com pessoas mais velhas que não tenham dinheiro. São sempre idosos no mínimo classe média alta. Quanto aos outros tipos, supernormal. Apesar de alguns causarem certa estranheza logo de cara, como um cara muito baixo com uma mulher super alta (eu mesmo sou meio baixo), estranheza não é sinal de desrespeito, apenas são situações incomuns e que nos causam surpresa quando vemos. Respeito acima de tudo! “

“Alguns tipos de relacionamentos são interessantes, mas outros não têm muito cabimento. O relacionamento homossexual as vezes chega a ser vergonhoso e de péssima influência para crianças por exemplo. Nada contra a opção sexual de ninguém, mas o que se exige é o mínimo de respeito a sociedade. Não é porque você é gay que tem que influenciar outras pessoas, ou até crianças, a seguirem o seu péssimo exemplo. “

Detalhes do estudo

Amostra: 1000
Período de realização: 01 a 5 de junho de 2017
Sexos: Masculino e Feminino
Faixa etária: entre 18 e 65 anos
Regiões de Foco: Centro Oeste/ Nordeste/ Norte/ Sudeste/ Sul
Classe social: A/ B1/ B2/ C1/ C2

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