Há muito tempo que tenho vontade de escrever sobre este tema, já tinha até o título, mas ainda não a elaboração completa em palavras do que queria expressar. Somos provocados em situações difíceis a ouvir das pessoas: “…se eu estivesse no seu lugar, eu agiria assim…”. Mal sabem elas o quão difícil é ser você, tanto que se pensarmos bem, nem nós conseguimos o tempo todo.
Somos tão modelados por nossas famílias, professores, trabalho, religião, vizinhos, amigos, inimigos, pelo sistema da sociedade em que vivemos, que nos distanciamos da nossa verdadeira essência, assumimos caminhos e fazemos escolhas acreditando que são nossas, quando na verdade a maior parte é para atender às expectativas deles.
Quantos de nós sonhávamos com coisas diferentes do que fazemos hoje? Quantos de nós, mesmo infelizes profissionalmente decidimos permanecer por receio da reação das pessoas? Ou mantemos relacionamentos por uma questão social ou religiosa? Engravidamos por que a família quer um neto? Ou tomamos partido para sermos aceitos por um determinado grupo? Compramos uma casa ao invés de viajar o mundo? Casamos ao invés de comprar uma bicicleta?
Esta semana conheci um poema de Clarice Lispector: Quando eu não sei onde guardei um papel…que retrata exatamente esta angústia sobre o conflito em nos assumir verdadeiramente, agir em prol de si mesmo, ser protagonista da sua própria história e por que não, escrever a própria história.
Como seria? O que você faria se você fosse você mesmo? Quais seriam suas escolhas e ações? Pense…e se possível escreva, num lugar escondido de preferência, não quero lhe causar problemas e sim soluções. Com quem você estaria? Onde estaria? Fazendo o quê?
Bem, estou aqui pensando muito! E de repente caio em mim mesma e sei que ser EU é assumir minha luz e minhas sombras, assumir a total responsabilidade do que me tornaria, pois não terei mais a quem culpar pelo que me tornei. Toda escolha tem renúncias, as vezes precisamos decidir pelas escolhas e outras vezes pela renúncia. Dá muito frio na barriga, mas é libertador!
Ser você mesmo requer muita coragem, resiliência, autoconhecimento e sabedoria, ou seja, não é para todo mundo.
Autora: Fernanda Leite
Fernanda Leite é psicóloga e coaching de vida e carreira, atua há mais de 15 anos em empresas de Comunicação e Varejo, especialista no Desenvolvimento, Análise Comportamental e Gestão de Pessoas que atuam em agências de publicidade, jornalismo, design, editora de livros, criação, marketing e digital.
Tem como missão revelar a melhor versão de cada um para que estas pessoas assumam o papel de protagonistas na geração de conteúdos e resultados criativos, com alta qualidade, verdade e relevância para sociedade.
Contato: coachfernandaleite@gmail.com
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