Neste último domingo, postei uma foto da festa do dia das mães no meu Instagram @ceudeborboletas e logo em seguida, recebi um comentário de uma querida seguidora que dizia não compartilhar da ideia das escolas comemorarem o dia das mães. Isso porque, segundo ela, em muitas famílias contemporâneas existiam crianças sendo criadas por avos, tias… e complementou dizendo que esta situação abalava demais o emocional de uma criança.
Aquilo me tocou profundamente, porque sei o quanto ter mãe é maravilhoso e não consigo imaginar como é não ter.
Sabemos que nem todas as famílias são formadas por pai, mãe e filhos. São várias as configurações familiares existentes, e, quando a figura da mãe é ausente, outras pessoas podem ocupar esse papel na vida das crianças. Aliás, pessoas que são criadas por aquelas que não as suas genitoras como se filhos fossem, tem sim uma mãe. Não dá pra limitar o “ser mãe” à gerar ou adotar um filho. Na minha visão, mãe é o substantivo mais adjetivo que existe porque mãe não se define, é algo imensurável e singular. Ser mãe é se fazer mãe cotidianamente. São as atitudes que definem se estamos diante de uma Vãe (vó + mãe), tãe (tia + mãe), pãe (pai+mãe), irmãe (irmã+mãe).. enfim, não importa o grau de parentesco que a pessoa tem conosco pra definir o que ela é pra gente. O amor materno, não constitui um sentimento inerente à condição de mulher, ele não é um determinismo, mas algo que se adquire . O mais importante, de fato, são os sentimentos.
E ai, tenho que concordar com a minha querida seguidora quando ela diz que muitas crianças ficam abaladas por se sentirem excluídas em comemorações como estas. Entendo que para muitas crianças que não tem claro este conceito de mãe, pode sim parecer que estão excluídas. A sociedade, de maneira geral, não só as escolas, precisam promover melhor esta ideia de dia das mães ou dia dos pais, porque a configuração pode ser outra. A criança precisa ser estimulada a pensar diferente sobre o tema, a empregar estas datas, ou melhor, associá-las às pessoas que fazem este papel na sua vida.
Por cinco anos, eu e meu marido criamos nossa afilhada como se fosse nossa filha. Ela veio morar conosco quando tinha 1 ano e 7 meses e permaneceu até os 7 anos de idade. Posso afirmar, agora sendo genitora de dois filhos e podendo fazer uma analogia entre o que tínhamos com ela e o que temos com nossos filhos, que à amávamos da mesma forma. Não a geramos, nem a adotamos mas construímos com ela um sentimento único como verdadeiros pais. Sei que durante o tempo em que ela esteve comigo eu fui essa mãe pra ela, fui as festinhas da escola, recebia os cartões comemorativos cheia de felicidade. Porque nos tornamos mãe quando temos a atitude de cuidar diariamente e amorosamente de alguém. E nos tornamos filhos quando sentimos verdadeiramente esse amor e cuidado que uma pessoa dispensa a nós.
Que o dia das mães seja estendido à todos que fazem este papel na vida de alguém.
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