Eu tento estabelecer uma relação de confiança com meus filhos e embora muito pequenos (Miguel com 5 anos e Guilherme com 3 anos) , procuro conversar muito sobre tudo, principalmente sobre assuntos que envolvem a vida escolar como por exemplo a forma de se relacionar com os colegas. E dentro deste tema, não dá pra não falar sobre “o namoro na infância”.
Na minha opinião, crianças não namoram, elas apenas se relacionam. Porém, na atual configuração social, tem se tornado cada vez mais frequente a não diferenciação entre crianças e adultos. Além disso, é quase cultural alguns pais ou familiares próximos perguntarem às crianças, principalmente àquelas que estão na escola, se eles já tem algum(a) namoradinho(a), independente da idade. E isso fica mais evidente quando esses filhos são meninos. Alguns pais, ficam até incomodados quando a resposta é “não tenho”.
A verdade é que muita gente acha “engraçadinho” ou “bonitinho” a criança dizer que tem um(a) namoradinho (a). Aliás, muita gente acha o máximo a criança não ser mais criança. Vejo alguns pais batendo no peito todo orgulhosos dizendo: “Meu filho não aceita dessa forma, não há o que faz ele mudar de ideia, já é um adulto!”
Eu entendo que o conceito de namorar na infância não necessariamente quer dizer que eles se relacionam como um adulto, com compartilhamento de beijinhos e carinhos mais íntimos. Seria ótimo se ficasse claro para a criança que namoro na infância é uma amizade inocente em e nada mais, mas infelizmente não funciona assim. Há muita influência externa competindo com as orientações dos pais. Por isso o diálogo frequente a respeito do tema é cada vez mais necessário e importante.
“O tal do “namoro”, como eles chamam, não tem de ir além de querer ficar perto, pegar na mão, abraçar… E só. Quando a coisa passa do limite é que os pais e professores precisam interferir. “Para que o desenvolvimento da criança siga um curso adequado, os adultos precisam colocá-la no seu devido lugar”, ( psicoterapeuta Silvia Petrilli – Revista Pais & Filhos).
Aqui em casa, falo para meus filhos que eles são crianças e que crianças não namoram, portanto, não tem namorada e sim amiga, coleguinha, prima. Explico que com o tempo certo poderão namorar mas que o momento deles agora é outro, que estão no começo de uma longa vida. Não abordo o assunto como algo abominável, como um tabu, muito pelo contrário, antes disso escuto o que pensam a respeito, buscando compreender o conceito que estão tendo sobre o tema e com base nisso, coloco o meu entendimento.
O que não quero é que meus filhos pulem etapas da vida simplesmente porque se sintam cobrados por uma sociedade que cada vez mais estimula a “adultização” da infância . A vida deles, precisa seguir um ritmo natural pra que consigam aproveitar cada momento e não cresçam tendo a sensação que não aproveitaram.
Outro dia, meu Miguel que tem 5 anos e se expressa com mais clareza que o Guilherme me contou que na escola tem uma coleguinha que ele gosta mais que as outras. Ao perguntar o motivo dele gostar dela mais que as outras a resposta foi que ela era a mais legal e também mais bonitq. Ao final da nossa conversa, eu disse pra ele que achava muito bonito esse carinho que nada mais era que uma amizade.
E é assim ele trata esse sentimento sempre que fala dela, como uma amizade gostosa de alguém que ele quer ficar perto.
3 Comentários
Nossa muito bom ler esse texto e poder ver que não sou a única a pensar dessa forma. Fico indignada com isso que para os outros é tão normal. Adultos que ainda estimulam pegando duas crianças e dizendo pra uma beijar a outra, mtos acham fofinho, batem foto, chamam os outros pra ver, mas não consigo ver beleza nenhuma nisso, que não condiz com a idade deles.
Boa tarde. Eu gostaria de ve o nome Eu amo muito uma ESTER
Obrigada
Faz um com o nome da minha Filha que vai nascer agora
“Ayla “