Pesquisas no cérebro de crianças apontaram que influências externas têm mais impacto em crianças até os quarto anos de idade, que é a fase em que se processam novas palavras. O estudo divulgado na publicação científica, The Journal of Neuroscience, sugere que crianças que são inseridas em um ambiente de aprendizado de mais de um idioma têm mais chances de se tornarem pessoas fluentes em mais de um idioma.
O melhor desempenho no aprendizado da criança também pode estar ligado à maior interação entre os dois hemisférios do cérebro: o esquerdo, que desenvolve a parte lógica, e o direito, que está relacionado ao aprendizado. De acordo com o cientista cognitivo Noam Chomsky, a puberdade, entre os 12 e 14 anos, é a fase em que o cérebro começa a se lateralizar, ou seja, os dois lados não são mais tão interligados quanto na infância, que é o momento de aprendizado máximo.
“São diversos os fatores que beneficiam o aprendizado de um segundo idioma logo na infância. Apesar de não existir restrição de idade, sabemos que a exposição de uma criança a sons ou mesmo palavras simples escritas facilita o aprendizado também a médio e longo prazo, pois a língua serve como forte estímulo ao seu desenvolvimento cognitivo, além de excelente contato com novas realidades, culturas, formas de viver, pensar e se relacionar. Além disso, o cérebro da criança está biologicamente mais receptivo ao aprendizado como um todo, e isso inclui a parte linguística.”, afirmou Any Queiroz, gerente do Setor de Pré-escolares do Kumon.
Os órgãos ligados à habilidade linguística são o aparelho auditivo, o cérebro e o aparelho articulatório. O adulto que manteve contato apenas com uma língua desenvolve uma matriz fonológica sedimentada, ou seja, ela é treinada para receber e reproduzir apenas os fonemas desse único idioma. O que não acontece com uma criança, já que não tem o sistema tão desenvolvido ainda.
Any acredita que não exista uma idade mínima para o início do aprendizado de línguas. Ela lembra que o estímulo não precisa ser necessariamente de um professor ou escola. Músicas, livros e jogos são maneiras lúdicas e que podem incentivar a criança a criar interesse e habilidade por outro idioma.
“No Kumon, os materiais foram desenvolvidos para as crianças ainda em idade pré-escolar, mas os estímulos podem começar antes disso, em casa. Por ser pautado no aprendizado autodidata, no qual o próprio material conduz o raciocínio do aluno, sem estar relacionado ao sistema de aulas expositivas, o método é capaz de desenvolver desde alunos pré-escolares até aqueles de nível universitário”, concluiu Any.
Sobre o Kumon
Criado no Japão em 1958, pelo professor Toru Kumon, o método utiliza os chamados exercícios-guia para que o aluno realize as atividades com o mínimo de intervenção do orientador. Somente após absorver totalmente a informação, avançam para os níveis subsequentes. “O aprendizado segue na simplicidade do papel e lápis. O que se escreve de próprio punho não se esquece, e é isso que faz com que o Kumon esteja em tantos países”, diz Masami Furuta, presidente da empresa no Brasil. O método está presente em 50 países e reúne 4,35 milhões de estudantes. No Brasil são aproximadamente 1500 unidades em 550 cidades, somando mais de 160 mil alunos, dos 180 mil na América do Sul.
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