A cantora Deise Cipriano, integrante do grupo Fat Family, foi diagnosticada com câncer na região do aparelho digestivo e já iniciou a primeira sessão de quimioterapia. Esses tipos de tumores representam uma grande fração de neoplasias. Mas, a boa notícia é que quando diagnosticado em fase inicial, esse tipo de câncer tem alto potencial de cura.
De acordo com a OMS, cerca de 18 milhões de pessoas serão diagnosticadas com câncer em 2018. Esse número é superior ao último estudo divulgado em 2012 quando atingiu 14 milhões. Dos subtipos de tumores que afetam o sistema digestivo os mais incidentes são estômago e colorretal.
Câncer de estômago
Segundo o Inca (Instituto Nacional de Câncer), o câncer de estômago é o terceiro de maior incidência entre os homens acima dos 50 anos e o quinto mais comum no Brasil. Também conhecido como câncer gástrico, o câncer de estômago se apresenta em 95% dos casos como adenocarcinoma, tumor originado em células que revestem a parte interna do órgão.
A doença pode disseminar-se, invadindo outros órgãos, vasos linfáticos e linfonodos próximos. Existem outros tipos mais raros de câncer de estômago como o linfoma, o leiomiossarcoma e o tumor carcinoide.
“O desenvolvimento da doença costuma acontecer de maneira muito lenta. Ao longo dos anos, as alterações pré-cancerosas podem ir surgindo, devagar, nas células da mucosa do estômago. Como isto raramente causa sintoma, essas alterações podem passar despercebidas ou podem ser confundidas com outras doenças”, comenta Felipe Ades, oncologista do Centro Paulista de Oncologia (CPO) – unidade do Grupo Oncoclínicas em São Paulo.
Por apresentar muitos sintomas inespecíficos, comuns a outras doenças, por vezes o paciente demora a buscar apoio especializado. Entre os sinais do câncer de estômago estão perda de peso, cansaço, falta de apetite, náuseas e vômitos, sensação de má digestão, azia e desconforto abdominal persistente, sangramentos gástricos (mais incomuns), sangue nas fezes, fezes escuras, pastosas e com odor muito forte (indicativo da presença de sangue oculto).
Diante da suspeita de câncer de estômago, dois exames estão entre os mais frequentes para o diagnóstico da doença: modernamente se usa a endoscopia digestiva alta, porém ainda pode ser usada a radiografia do estômago com contraste.
A endoscopia permite a avaliação visual direta da lesão e a realização de biópsias para confirmação do diagnóstico por meio do exame anatomopatológico. Através da boca um tubo fino e flexível com uma câmera na ponta é conduzido até o órgão. O paciente é sedado para sentir menor desconforto, o exame é feito com o paciente dormindo algumas vezes. Já na radiografia, o médico analisa o filme radiográfico em busca por áreas anormais ou tumores.
Após a confirmação patológica da presença do tumor através do exame de biópsia, é importante que se façam os exames para estadiamento, ou seja, quantificar o tamanho da doença no corpo. “Estes exames podem variar, mas comumente incluem a tomografia computadorizada de abdômen e pelve, a radiografia simples (ou tomografia) de tórax e exames de sangue”, frisa o Dr. Felipe.
Câncer colorretal
Considerado como o terceiro mais incidente no mundo. No Brasil, o Instituto Nacional do Câncer (INCA) estima uma média de 36 mil novos casos registrados, atingindo ambos os gêneros em igual proporção. Em sua maioria, os sintomas da doença estão relacionados ao comportamento intestinal, incluindo diarreia ou constipação, fezes finas e que apresentem sangue e/ou mucosa. Inchaço frequente na região abdominal, gases, fadiga ou falta de energia e perda de peso súbita também fazem parte da lista de sintomas possíveis. Além disso, pessoas que apresentam pólipos (lesões benignas) estão mais propensas a desenvolver tumores.
E a incidência da doença tem aumentado entre a população mais jovem, com menos de 50 anos. Um levantamento divulgado pela Sociedade Americana de Câncer (ACS, sigla do inglês American Cancer Society) em 2017 revelou que a taxa de incidência de tumores colorretais entre pessoas em idade adulta nascidas nos anos 1990 vem apresentando um aumento constante ano a ano. Segundo a pesquisa, os chamados Millennials têm o dobro de risco de desenvolver câncer no cólon (segmento do intestino grosso) e quatro vezes mais chance de receberem um diagnóstico de câncer no reto em comparação à geração Baby Boomers, indivíduos com 55 anos ou mais.
De acordo com o recorte apresentado pela ACS, cinco a cada um milhão de pessoas na faixa entre 20 e 29 anos terá a doença, enquanto considerando homens e mulheres nascidos nos anos 1950, essa variação caí para três a cada um milhão. Para o Dr. Andrey Soares, oncologista do Centro Paulista de Oncologia (CPO), unidade São Paulo do Grupo Oncoclínicas, as principais causas dessa mudança de perfil de paciente estão relacionadas aos maus hábitos cotidianos: falta de exercícios físicos e ingestão de alimentos pobres em vitaminas e fibras, fatores estes que também contribuem para o sobrepeso e obesidade – uma epidemia global que atinge 1,9 bilhões de pessoas globalmente, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).
“Os tumores de cólon e reto ainda são mais prevalentes entre idosos. Contudo, do total atual de pacientes diagnosticados atualmente nos EUA, 30% têm menos de 55 anos. E esse percentual deve continuar aumentando ao longo dos próximos anos se não forem adotadas medidas de conscientização sobre as causas e importância do diagnóstico precoce para tratamento da doença”, explica.
Considerando os fatores de risco que elevam a probabilidade de desenvolver a doença, o Dr. Andrey destaca algumas condições hereditárias, doenças inflamatórias intestinais e dietas hiperproteícas e baixo consumo de fibras e cálcio.
“Pessoas com histórico familiar deste tipo de tumor ou que tenham condições hereditárias como retocolite ulcerativa crônica ou doença de Crohn, por exemplo, fazem parte de um grupo que deve sempre se manter alerta. Mas não podemos esquecer que outros fatores de risco podem ser evitados a partir de uma mudança simples de hábitos relacionados à alimentação balanceada, prática regular de exercícios físicos e controle do peso”, frisa o especialista.
A colonoscopia é o exame padrão para investigação de doenças do cólon e do reto. Nos casos de suspeita de câncer, esse exame pode determinar a localização da lesão e permitir a biópsia para confirmação da malignitude. Hoje, a recomendação para pessoas com risco médio é que ela seja realizada aos 50 anos de idade e repetida a cada dez anos.
“Frente às evidências de que pessoas cada vez mais jovens estão desenvolvendo tumores, os pesquisadores da ASC sugerem que o rastreio comece mais cedo, aos 40 anos para aqueles com história familiar de câncer colorretal ou adenomas em um parente de primeiro grau. Mas mais do que estabelecer um protocolo relacionado à idade, é preciso avaliar de forma individualizada cada caso, levando em conta tanto na prevenção quanto no tratamento os hábitos pessoais e fatores hereditários para uma abordagem mais assertiva”, finaliza o Dr. Andrey Soares.
Fonte: CPO
Sobre o CPO
Fundado há mais de três décadas pelos oncologistas clínicos Sergio Simon e Rene Gansl, o Centro Paulista de Oncologia CPO , unidade São Paulo do Grupo Oncoclínicas, oferece cuidado integral e individualizado ao paciente oncológico. Com um corpo clínico com mais de 50 oncologistas e hematologistas e uma capacitada equipe multiprofissional composta por: psicólogos, nutricionistas, farmacêuticos, farmacêuticos clínicos, enfermeiros, reflexologistas e médico especializado em Medicina Integrativa. Oferece consultas médicas oncológicas e hematológicas, aplicação ambulatorial de quimioterápicos, imunobiológicos e medicamentos de suporte, assistência multidisciplinar ambulatorial, além de um serviço de apoio telefônico aos pacientes 24 horas por dia e acompanhamento médico durante internações hospitalares.
O CPO possui acreditação Canadense nível diamante (Accreditation Canada), do Canadian Council on Health Services Accreditation, o que confere ao serviço os certificados de “excelência em gestão e assistência” e qualifica a instituição no exercício das melhores práticas da medicina de acordo com os padrões internacionais de avaliação. A instituição possui também uma parceria internacional com o Dana Farber Institute / Harvard Cancer Center, que garante a possibilidade de intercâmbio de informações entre os especialistas brasileiros e americanos, bem como discussão de casos clínicos. Além disso, proporciona a educação médica continuada ao corpo clínico do CPO e médicos especialistas, com aulas e eventos com novidades em estudos e avanços no tratamento da doença. Atualmente o CPO possui duas unidades de atendimento em São Paulo, nos bairros de Higienópolis e Vila Olímpia.
Sobre o grupo oncoclínicas
Fundado em 2010, é o maior grupo especializado no tratamento do câncer na América Latina. Possui atuação em oncologia, radioterapia e hematologia em 11 estados brasileiros. Atualmente, conta com 55 unidades entre clínicas e parcerias hospitalares, que oferecem tratamento individualizado, baseado na melhor prática clínica.
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