Mulher & Maternidade Saúde

Verão chegou! Quais os cuidados com as Crianças?

30 de novembro de 2017

No inicio desta semana, participei de uma palestra maravilhosa com a Dra Fabíola La Torre sobre os cuidados com as crianças no verão. A gente pensa que sabe muito,  mas quer saber? Sabemos é muito pouco. Leiam a matéria toda que com certeza você, assim como eu, vai se deparar com algo que te deixara de boca aberta, do tipo: Sério mesmo???

Quais são os problemas de saúde mais comuns nessa época do ano?

O que os pais podem fazer para proteger os filhos?

Há recomendações sobre a quantidade de banhos e troca de fraldas?

Existe alguma restrição quanto ao uso do ar condicionado?

A partir de que momento as crianças estão liberados para “sair de casa”?

Alguns Alertas

Quais são os problemas de saúde mais comuns nessa época do ano?

Junto da estação mais quente do ano, vem as chamadas “doenças de verão”: o calor excessivo provoca a ocorrência de alguns problemas de saúde típicos da época, sendo os mais frequentes desidratação, insolação, dengue, intoxicação alimentar, hepatite A e doenças de pele, como micoses, além de otites, conjuntivites, brotoejas e queimaduras. Não estarão protegidos contra as doenças de inverno, como gripes, resfriados e pneumonia. Todo o cuidado é pouco, pois essas doenças ocorrem em qualquer época do ano. Com a dengue, a chikungunya e zika dominam as discussões acerca da melhor forma de combater e evitar o contágio dessas três patologias transmitidas pelo mesmo vetor, e não podemos esquecer das outras doenças características desse período e que possuem grau maior ou menor de letalidade.

– A desidratação é a perda de líquidos e sais minerais do corpo, que pode ser aumentada por vários fatores no verão, como o aumento da própria transpiração. Normalmente, perdemos em média 2,5 litros de água por dia, seja pela urina, fezes, suor ou até mesmo pela respiração. A pessoa passa a apresentar sede, fica muito tempo sem urinar, com a boca e mucosas secas e olhos ressecados. É uma doença grave, que pode ser evitada com alguns cuidados: prefira local arejado e com sombra, use roupas leves e ingira constantemente líquido.

Como tratamento utilizamos a terapia de reidratação oral, com por exemplo o pedialyte. Oferecer de 100 em 100 ml até que a criança tenha uma diurese clara. Dar com intervalo de 20 a 30 minutos.

Não espere seu filho pedir líquidos. Ofereça regularmente sucos, chás, água de coco. “Quando a criança pede água, em geral, é sinal de que algo não está bem”. NÃO ESPERE QUE ISSO ACONTEÇA. A diarréia também merece atenção, porque pode desidratar rapidamente a criança: para evitá-la, lave as mãos depois de usar o banheiro e antes de preparar alimentos. Frutas, legumes e verduras devem ser lavados com água filtrada. Atenção ainda com a roupa que elas usam: o ideal são as de algodão. Escolha peças mais leves.

Os sinais clássicos de desidratação são lábios e língua secos, falta de elasticidade da pele e diminuição da urina. Se a criança apresentar esses sintomas já comece a hidratação em casa, antes mesmo de chegar ao pediatra.

– Com relação a intoxicação alimentar, todo cuidado deve ser com a alimentação feita em locais que não possuem higiene adequada no preparo e conservação dos alimentos ou que deixam eles expostos por longos períodos à temperatura ambiente pois são causadores da sua maior parte. Com o calor, as comidas estragam rapidamente, por isso não compre alimentos prontos para o seu filho fora de casa ou na praia. Quando uma pessoa ingere um alimento contaminado, ela pode desenvolver alguns sintomas que variam de acordo com o agente infeccioso ou toxina do agente causador do distúrbio. Esta doença é causada pela ingestão de alimentos contaminados por vírus, bactérias ou parasitas. Pode causar diarreia, um simples desarranjo intestinal, náuseas, vômitos, febre, cefaleias, desidratação grave, e até mesmo um quadro de infecção generalizada. Em geral, os sintomas duram poucos dias.

As crianças devem evitar frituras, gorduras e consumir mais legumes, grelhados e frutas, em especial aquelas hidratantes, como melancia, melão, pêra, maçã, água de coco. Alimentos como ovo, carnes, peixes e maionese têm mais chance de estarem contaminados. É preciso cuidado com estabelecimentos que fogem das normas de saneamento básico e pecam na higiene.

– A conjuntivite bacteriana é uma infecção das conjuntivas. Os olhos ficam vermelhos e lacrimejantes, há produção de secreção amarelada, fotofobia (dor ao olhar para a luz) e uma sensação de que há areia dentro dos olhos. Habitualmente, as pálpebras estão grudadas quando a criança acorda. O contágio é através do contato, podendo ser direto com uma pessoa contaminada, ou indireto compartilhando toalhas, mergulhando no mar em praias poluídas e usando piscinas com tratamento de cloro ausente ou ineficiente.

Pode acontecer também somente irritação nos olhos, pois a areia da praia, o sal do mar e o cloro da piscina podem irritar o olho da criança e o inchaço, vermelhidão e secreção sugerem uma conjuntivite.

– Insolação: traz sérios danos à saúde e resulta da exposição exagerada ao sol. Causa desconforto, pele avermelhada, quente, seca, coceiras, dor de cabeça, enjôos, vômitos, diarréias e febre, que podem variar de acordo com a intensidade das queimaduras. Os cuidados com os raios solares devem ser redobrados em crianças.

Para evitar a insolação é necessário ter atenção ao aplicar o protetor solar, sem esquecer nenhuma parte do corpo, meia hora antes de se expor aos raios, e reaplicar a cada duas horas, muitas vezes durante o dia. Bonés, viseiras e guarda sol são parte obrigatória do Kit verão. As roupas com protetor solar são também um grande aliado.

Blusas, regatas, chapéus, bermudas e até maiôs infantis capazes de proteger contra os raios UV. Nessas roupas “tecnológicas”, o tecido usado é a poliamida misturada ao dióxido de titânio, que é um protetor solar muito resistente.

A criança deve evitar o sol entre 10h e 16h, horários em que os raios estão mais fortes e agridem a pele com mais facilidade.

É por meio dos raios do tipo ultravioleta B que nosso organismo obtém a vitamina D, que melhora a absorção de cálcio e previne o raquitismo, mas que algumas precauções simples devem ser tomadas com as crianças.

1.Sol na hora certa é essencial

– 6 primeiros meses de vida, o bebê não deve ser exposto diretamente ao sol. Após os 6 meses de vida recomenda-se, que o bebê tome banho de sol por 5 a 10 minutos diários, pela manhã cedo (antes das 10h) e no fim da tarde (após as 16h).

  1. O efeito da radiação é acumulativo, atente-se

– fotoenvelhecimento e câncer de pele. A incidência de câncer de pele aumenta ano a ano e a principal causa é a exposição ao sol. O efeito da radiação é acumulativo.

  1. Algumas pessoas são mais suscetíveis aos efeitos do sol

Claro que você vai proteger seu bebê haja o que houver, mas existem alguns casos em que a pessoa está ainda mais sujeita aos efeitos danosos do sol. Crianças de pele clara, cabelos loiros, ruivos ou castanhos claros e de olhos claros, pessoas com sardas ou quem já tenha histórico de câncer de pele na família.

  1. Bebês com menos de 6 meses não devem usar protetor solar

A regra inicial é que não se deve passar protetor solar em bebês de até 6 meses de idade. Dos 6 meses aos 5 anos de idade, recomenda-se o uso dos filtros infantis, que geralmente contêm menos substâncias químicas capazes de induzir sensibilização da pele da criança. O filtro solar ideal é o que protege da radiação UVA e UVB, tem no mínimo FPS 30, e eles devem ser reaplicados regularmente depois que a criança sai da água, ou quando ela sua muito.

Filtro solar se usa diariamente, lembrando que as luzes fluorescentes também emitem radiação e estão presentes nas salas de aula ou até mesmo em casa.

E não esqueça: dias nublados também merecem proteção.

– Micoses: No verão temos mais contato com a água, seja transpirando ou pela ida na praia ou na piscina. Isso faz com que a nossa pele fique úmida por mais tempo, o que favorece o aparecimento das micoses – doenças causadas por fungos. A doença pode aparecer nas virilhas, nos pés e nas unhas. Inicia-se sempre por uma pequena lesão vermelha, provoca escamação contínua da pele e coceira. Deve-se procurar um dermatologista.

– Otites: as otites externas as que ocorrem com os banhos de piscina. As crianças mergulham continuamente na água. A cera no duto dá um pouco mais de proteção, mas tanta água no ouvido acaba eliminando essa cera e facilita a otite. É muito importante secar a água que a criança tem no canal do ouvido, inclinar a criança de um lado para o outro para que o duto fique livre. Se a criança apresentar otite, esperar pelo menos dois dias depois para levá-la novamente para a piscina.  Os tampões servem para que a água não entre dentro do ouvido. Colocar protetor de ouvido evita que a água entre no ouvido da criança, mas com criança se deve ter muito cuidado porque mesmo com o tampão entra um pouco de água e se a criança se joga de uma vez na água, o protetor não servirá para nada. Mas, mais importante do que colocar um tampão é secar o ouvido após o banho de piscina. Nunca tapar o ouvido com o mesmo tampão que tenha sido usado durante uma infecção. Nunca use qualquer tipo de objeto dentro do ouvido para aliviar a coceira. Mesmo em caso de dor, não use remédios caseiros. Só o médico pode dar a orientação adequada para o tratamento.

– Picadas de insetos: São muito comuns no verão. Atenção aos cuidados com as crianças, principalmente por volta das 16h. Bons recursos para evitá-los na sua casa são repelentes elétricos e aqueles específicos para passar na pele da criança. Só verifique antes com o pediatra se o seu filho pode usar.

– Acidentes: Com o calor, a criançada fica mais tempo na água do mar ou da piscina. E os pais devem redobrar a atenção. Nunca deixe a criança sozinha perto de piscinas ou do mar e não se esqueça das bóias. Outros acidentes mais comuns no verão são com bicicleta e patins. O kit com capacete, joelheira e cotoveleira deve sempre fazer parte da brincadeira.

O que os pais podem fazer para proteger os filhos?

– Frequentar locais arejados e com sombra

– evitar expô-los ao sol

– após os seis meses, aplicar filtro solar com FPS 30 ou mais

– usar roupas leves

– incentivá-los a lavar as mãos com frequência ou álcool gel

– separar objetos de uso pessoal

– verificar as condições de higiene dos alimentos, especialmente se a refeição for realizada fora de casa; – oferecer líquidos regularmente para mantê-los hidratados.

– manter o aleitamento materno exclusivo até seis meses

Há recomendações sobre a quantidade de banhos e troca de fraldas?

Os banhos higienizam e relaxam os bebês. Dependendo da temperatura ambiente, podem ser dados dois ou até mais por dia. Mas o uso de sabonete, neutro, só está liberado no da manhã. Nos demais, somente água morna. Com relação às fraldas: trocá-las quando eles fizerem as necessidades.

Existe alguma restrição quanto ao uso do ar condicionado?

Exceto na hora do banho, não. Mas são necessários alguns cuidados. O aparelho não pode ser instalado próximo ao berço, os filtros precisam ser limpos semanalmente e, para conforto dos bebês, a temperatura deve ficar em torno de 25 graus.

A partir de que momento as crianças estão liberados para “sair de casa”?

O problema para eles não é sair, mas pegar infecções de outras pessoas. Não há uma recomendação específica, mas eu costumo orientar aguardar pelo menos até o quarto mês, quando as vacinas já terão protegido os bebês de boa parte dos agentes. Dessa forma, os primeiros passos devem ser ao ar livre, longe de aglomerações, e na casa de indivíduos saudáveis.

Até lá, se precisar ir ao shopping, bancos ou supermercados, é melhor optar pelos horários de menor movimento. Caso alguém vá segurar a criança, peça para que lave as mãos ou higienize-as com álcool gel antes.

Alguns Alertas

ALÉRGICOS – Apesar de ser uma época em que os problemas respiratórios diminuem, mesmo no verão, os alérgicos podem sofrer com o tempo seco e a hidratação é importante. Fuja do ar-condicionado na última potência. “Pode continuar usando o aparelho desde que se hidrate o ambiente, o que pode ser feito colocando uma pequena porção de água no quarto. Devem ser evitadas temperaturas muito frias, porque o choque térmico é perigoso ao sistema respiratório”, para o paciente alérgico.

PISCINA COM GRADE FIXA – Com tempo livre e energia de sobra, as crianças passam mais tempo em casa, e nessa época do ano aumenta a incidência de acidentes domésticos. Quem tem piscina em casa deve colocar uma grade fixa para evitar qualquer acidente. Nada de forros ou simples tampos plásticos. O afogamento é o principal acidente doméstico que ocorre no verão.

SONECA – De férias na escola, os filhos ficam mais soltos. Nessa época, a gente tem o hábito de fazer tudo o que não faz durante todo o ano, mas ter limite, é ter bom senso. Mantenha um controle dos horários de sono mesmo durante as férias: Não há necessidade de colocar um horário rígido, mas tem que controlar. O sono interfere na alimentação e no metabolismo. O ideal é que nas últimas semanas os pais comecem a induzir o filho a se readaptar para retomar os horários e o ritmo para a volta às aulas. A soneca após o almoço é importante para os pequenos.

ATENÇÃO COM AS GULOSEIMAS – As guloseimas e lanchinhos rápidos, típicos dessa época de férias, também têm que ser observados atentamente. “Se os pais apresentarem o hábito de ingerir alimentos não saudáveis, os filhos também seguirão esse exemplo”. Esses mimos na alimentação, que são muito frequentes nas viagens, podem ser introduzidos na dieta sem que vire uma rotina. “A criança deve entender que em casa é a alimentação correta, e que estas saídas devem ser esporádicas e fora do ambiente doméstico”. Isso tem que ser explicado.

HORÁRIOS CONTROLADOS – Os horários de alimentação devem ser controlados não só no verão, mas em toda a vida da criança, desde a amamentação. Recomendamos assim: café da manhã, lanche da manhã, almoço, lanche da tarde, jantar, ceia”.

MANTER ROTINA DE ALIMENTAÇÃO – O cardápio deve variar, mas a alimentação não pode ter nenhum déficit de nutrientes necessários para o desenvolvimento ósseo e o metabolismo da criança. A alimentação de uma criança deve ser equilibrada em proteínas, carboidratos, gorduras, vitaminas, minerais, fibras e líquidos. No verão, as frutas são essenciais, já que são ricas em água e oferecem vitaminas que vão regular o metabolismo do organismo.

CUIDADO COM O LIMÃO: Com o tempo quente deve-se aumentar a ingestão de líquidos, principalmente água e sucos naturais. Contudo, para quem gosta de limão, uma ressalva: no verão é muito comum a fitofotodermatose, que são as queimaduras na pele originárias do contato com o limão sob a ação dos raios solares: Limonada, caipirinha e até os sorvetes não industrializados podem causar as queimaduras. Caso caia limão na pele, o ideal é enxaguar bem com sabão e evitar o sol nessa hora, até perfumes cítricos causam queimaduras de segundo grau.

Resumindo:

Aplicar e reaplicar. O filtro deve ser utilizado, no mínimo, 30 minutos antes da exposição solar, reaplicar a cada duas horas e também após banho de mar, suor excessivo ou atrito, mesmo que o protetor diga que não sai na água. Quando você secar com a toalha ou colocar e tirar uma roupa, passe novamente!

De olho no FPS. FPS significa fator de proteção solar e indica a quantidade de tempo que você pode expor-se ao sol sem queimar se comparado à exposição sem proteção alguma. Um FPS 15, por exemplo, permite que você fique 15 vezes mais tempo no sol sem se queimar. Para exposição solar intensa, na praia, por exemplo, as pessoas de pele mais morena devem usar um protetor de FPS 30 e as de pele mais branca um FPS 60.  Todo mundo no dia a dia deveria usar um FPS mínimo de 30!

Sem economia. Quanto mais protetor, mais proteção. A camada deve ser grossa e uniforme e nenhuma parte do corpo deve ser esquecida. Muita gente sofre com queimaduras na orelha e dedos do pé.

Guarda-sol de verdade: o guarda-sol de nylon não protege. Tem que ser feito de tecido escuro, lona ou ainda de tecidos especiais que já têm proteção contra UVA.

COM AS CRIANÇAS

– De 6 meses a 2 anos: use produtos específicos para o público infantil. Eles consideram as especificidades da pele da criança e são mais seguros!

– A partir de 2 anos: a criança pode usar o mesmo filtro da família, contanto que tenha FPS alto e seja usado adequadamente. Entretanto, os filtros específicos para crianças tendem a ser mais fáceis de aplicar e mais aderentes.

– Use chapéus e roupas com proteção UV: Se possível, use produtos feitos de tecido especial que já tem proteção UV.

Fabíola Peixoto Ferreira La Torre é natural de Campos dos Goytacazes, no interior do Rio de Janeiro, e mora atualmente em Santana (SP), desde 1998. Formou-se em Medicina de Campos em 1998, e hoje atua como diretora da UTI Pediátrica do Hospital LEFORTE (desde agosto de 2013) e do Hospital Ac Camargo (desde 2013) Diretora da Uti pediátrica. Como médica cobre plantão na UTI Pediátrica do Hospital Darcy Vargas, desde 2006. Em 1998, esteve em internato no Hospital do Servidor Público Estadual Francisco Morato, em São Paulo (SP). Possuiu residência médica na Santa Casa de Misericórdia de São Paulo desde fevereiro de 1999 à janeiro de 2002, no Departamento de Pediatria, com extensão em UTI Pediátrica e Infectologia.

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“De Médica A Paciente” é o mais novo livro da autora Fabíola Peixoto Ferreira La Torre, publicado pela Editora Manole. A obra foi escrita durante a luta da autora contra o câncer de mama e traz depoimentos de vários pacientes e amigos que ela fez ao longo do seu tratamento. O lançamento ocorreu no dia 18 de outubro na Livraria da Vila (Shopping JK), em São Paulo (SP).
O livro abraça um público especial, com um olhar voltado para pacientes com câncer de mama (ou outros tipos), parentes e amigos de pacientes portadores, médicos e profissionais da área de saúde, que atuam diretamente com pacientes com canceres. “No início de junho de 2016, recebi o diagnóstico de câncer de mama. Foi quando me transformei: além de mãe e médica, passei a ser também paciente. A primeira coisa que posso dizer é que (pode parecer loucura) não derramei uma lágrima”, revela Fabíola.

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